Um cara fora do comum é o que sou... Nasci para meu trabalho. É só o que eu tenho. Meu nome é Danny Spy Double Agent.
Os com quem eu falo devem me conhecer por Guy, Terry, Robert, Dexter, Steve e outros nomes como estes. Faz parte de meu trabalho. É algo em tempo integral. Não há tempo para mais nada além disso. Afinal eu sou um agente. Um agente secreto. Você deve me conhecer como o cara que está sempre trabalhando. O açougueiro da esquina. Um rapaz bem apessoado que está atrasado para o aniversário dos filhos ou alguma coisa comum assim. Deve me conhecer até mesmo como o carteiro. Nunca o encontrei mais de uma vez. Nunca o encontrarei de novo provavelmente.
Temos regras para nosso trabalho. Regras bem especificas. Nada especialmente interessante. Na verdade, o trabalho exige muito e poucas vezes é bem recompensado. Mas eu gosto assim, como em qualquer outro trabalho. Gosto de meu mundo. É bem melhor do que ser contador. Muitas vezes o próprio trabalho é a recompensa. E que magnífica recompensa. A cada vez que me infiltro em um lugar. A cada vez que lido com meu trabalho. Sempre que recebo uma nova missão. Minha pulsação se acelera. E eu viro o agente perfeito.
Sem falhas, sem problemas.
Me perguntam se me sinto só. Me perguntam se eu não gostaria de ter uma familia. Me perguntam se alguma vez eu já quis fazer algo diferente disso.
Eis minha resposta. Não me sinto só, uma familia e pessoas queridas representam apenas problemas. Se alguém souber quem eu sou... Não me responsabilizo pelos próximos a mim. Não, não me imagino fazendo outra coisa e nem quero.
Nunca se fica velho para ser um espião. O trabalho só o faz ficar mais ágil e viver mais tempo. Ainda mais com as formulas da juventude de nossos cientistas.
Já me decidi. Se algum dia perder o jeito para ser espião me tornarei o chefe de uma equipe e ensinarei os que estão começando agora. É um bom jeito de terminar. Felizmente. Não é o caso disso acontecer. Eu não poderia ser melhor.
